O cantor Alexandre Pires disse ontem que se sente "profundamente chocado" com a suspeita de discriminação racial no clipe de divulgação da música "Kong", em que homens negros aparecem vestidos de gorilas.
O clipe tem a participação do funkeiro Mr. Catra e do jogador de futebol Neymar.
Os três aparecem dançando o refrão "É no pelo do macaco que o bicho vai pegar". Em alguns trechos, os artistas vestem roupas de gorila.
A peça está sendo investigada pela Procuradoria-Geral da República em Uberlândia (540 km de BH), onde mora Pires. O órgão informou que não concluiu a análise do clipe.
Em nota, Pires se disse "profundamente chocado com qualquer leitura racista ou sexista num clipe protagonizado" por ele, "negro com orgulho".
O cantor prestou esclarecimentos na Procuradoria há uma semana. O procedimento foi instaurado após denúncia encaminhada pela Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial, vinculada à Presidência.
Carlos Alberto Silva Júnior, ouvidor que encaminhou a denúncia, disse que o vídeo "expõe o negro à condição de ser inferior, que ainda não evoluiu, como os macacos".
Pires diz que não se deve "tratar qualquer brincadeira com macacos e gorilas como uma referência a ser apagada da memória". Ele cita King Kong e Chita como exemplos de personagens vinculados ao entretenimento.
ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO
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