Empresário
processa entidade responsável por cemitério que proibiu sepultamento de seu
filho ao lado dos avós
Rapaz
não pode ser sepultado em área de ortodoxos; advogado diz que é "questão
de respeito à tradição"
O
empresário carioca Júlio Laska está processando a Associação Religiosa
Israelita Chevra Kadisha do Rio de Janeiro porque a entidade negou autorização
para que seu filho fosse enterrado ao lado do túmulo dos avós.
A
Chevra Kadisha é responsável pela administração do cemitério judaico de Villar
dos Teles, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Leonardo
Laska, 29, filho de Júlio, morreu em um acidente em abril de 2011. Ele viajava
em um ônibus que capotou na rodovia Rio-Santos.
O
pai alega que tentou enterrá-lo na ala A do cemitério, mas só conseguiu na ala
C.
Segundo
Júlio, o corpo do filho não pode ficar na ala A, porque sua mãe, que não era
judia, foi convertida por uma instituição "não ortodoxa".
Ele
diz que não há nenhuma informação no cemitério indicando que o setor A é
reservado aos ortodoxos.
"O
meu filho estudou em escola ortodoxa, chegou a morar em um kibutz em Israel e
pertencia à Federação Israelita do Rio de Janeiro. Era muito religioso. E mesmo
assim não deixaram ele ficar ao lado dos meus pais no cemitério", diz ele,
que entrou com ação na 52ª Vara Cível do Rio em outubro do ano passado.
No
processo, ele pede uma indenização por danos morais pela transferência do local
do sepultamento."O cemitério tem outros locais onde o judeu que não é
ortodoxo pode ser enterrado. Essa é uma questão de respeito à tradição
judaica", diz o advogado da associação, José Roberto Castro Neves.
Ele
diz que incluiu no processo os pareceres de rabinos, que avalizaram a decisão.
"A
Constituição diz que homens e mulheres são iguais. Mas, na religião católica,
só o homem pode rezar missa. Toda religião tem suas regras", compara.
FABIO
BRISOLLA
DO
RIO
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