quinta-feira, 31 de maio de 2012

Calcinha de origem ignorada monopoliza atenção na Câmara


Brasília vivia uma tarde agitada ontem, com a CPI do Cachoeira pegando fogo e o mundo político esperando novos capítulos do embate entre Lula e o ministro Gilmar Mendes. Mas, na Câmara dos Deputados, apenas um assunto interessava: quem é o dono da calcinha?

A peça íntima em questão caiu do bolso do paletó de um deputado no plenário há 15 dias. As poucas testemunhas, que não querem aparecer, não o identificam -insinuam apenas que ele integra o "baixo clero", grupo de deputados sem grande destaque.

O assunto foi tratado com o sigilo de uma votação secreta, mas acabou emergindo ontem, durante uma conversa entre seguranças, assessores, deputados e jornalistas.

As testemunhas relatam que o deputado chegou atrasado para votar o projeto que tipifica crimes cibernéticos -que acabou sendo aprovado.

Acompanhado de três colegas, mexeu no bolso para pegar o celular e deixou cair no chão uma calcinha vermelha e branca -modelo grande, de algodão. Entretido com o telefone, não percebeu que a peça ficou no chão, no centro do plenário da Câmara.

Um segurança que acompanhou a cena se aproximou, recolheu a calcinha e a escondeu atrás de uma lixeira.

Alertado, um assessor do presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), recolheu a calcinha, a colocou em um envelope e indicou que a levaria para o departamento de achados e perdidos. Em mais um dos mistérios do Congresso, a seção nunca a recebeu. Na versão de outro segurança, a peça foi incinerada.

"Eu não sei se foi um deputado. Deve ser sacanagem que fizeram com alguém", desconversou o presidente da Câmara ontem. Informado de que se tratava de um "calçolão", Maia reclamou: "Calçolão não. Isso é um fiasco".

Vendo o colega Arnon Bezerra (PTB-CE), Maia perguntou se era ele o dono. "Deve ser um fã do Wando", respondeu o petebista, lembrando o cantor, já morto, que brindava sua plateia com calcinhas.

MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

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