quinta-feira, 24 de maio de 2012

Lei de Acesso gera incômodo durante sua adaptação

Há sinais de que setores do governo estão incomodados com as novas regras de transparência.
Essa atitude refratária de políticos e agentes públicos arrependidos com a vigência da Lei de Acesso à Informação não é uma novidade brasileira.
Em vários países que adotam a norma sempre há reticência no período de implantação.
Nos EUA, cuja lei é de 1966, o acesso a dados públicos começou para valer só após adaptações feitas pelo Congresso em 1974.
Ainda hoje, sobretudo depois do 11 de Setembro, muitas informações seguem difíceis de se obter.
No Reino Unido, a lei foi aprovada em 1999 e teve sua vigência adiada por cinco anos pelo então primeiro-ministro Tony Blair.
Não foi o suficiente para que vários dados causassem desconfortos.
Nas suas memórias publicadas em 2010 ("Uma jornada", editora Benvirá), Blair lamenta ter sido promotor da transparência.
"Acesso à informação. Três palavras inofensivas. Eu olho para essas palavras enquanto as escrevo e eu tenho vontade de balançar minha cabeça até que ela caia. Seu idiota. Seu ingênuo, tolo e irresponsável ignorante. Não há realmente descrição para essa estupidez."
Por causa da lei, Blair teve reveladas posições ambíguas quando precisava demonstrar apoio à invasão dos EUA ao Iraque.
FERNANDO RODRIGUES

DE BRASÍLIA

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