terça-feira, 29 de maio de 2012

Oposição pede que Lula seja investigado


A suposta tentativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de pedir a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) o adiamento do julgamento do mensalão pela corte levou ontem a oposição a pedir que ele seja investigado criminalmente.

De acordo com o ministro do Supremo Gilmar Mendes, Lula ofereceu, em troca da postergação do julgamento, blindagem na CPI do Cachoeira. O caso foi revelado pela revista "Veja".

A Procuradoria da República confirmou ter recebido o pedido de investigação assinado por membros de PSDB, PPS e DEM.

Eles afirmam que Lula pode ter praticado três crimes: tráfico de influência, corrupção ativa e coação no curso do processo judicial.

"Ficam evidentes as práticas desses três crimes", disse o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR).

Em nota, o partido afirmou que "os fatos narrados atentam violentamente contra a independência e a moralidade que devem pautar a atividade pública".

DEFESA

Apesar do pedido de investigação na área penal, o presidente da CPI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse que não há motivos para solicitar na comissão explicações a Lula e Mendes por considerar que isso "foge do foco".

"São questões de ordem pessoal do ministro. Não cabe explicações à CPI", disse.

Petistas defenderam o ex-presidente e disseram que a acusação tem como objetivo tirar o foco da CPI e arranhar a imagem de Lula.

"Com certeza, há o interesse de muitos que essa investigação não caminhe. Tentar colocar essa temática como centro da CPI não é o desejo desta Casa", disse o senador Humberto Costa (PT-PE).

Líder do PT, o senador Walter Pinheiro (BA) disse considerar "estranho" que Mendes tenha revelado o teor da conversa com Lula um mês depois de sua realização.

"Se era uma coisa extremamente nefasta para o ministro Gilmar Mendes, por que guardar tanto tempo?"

Para o senador Jorge Viana (PT-AC), o presidente Lula sempre teve "conversas republicanas" e não tem em seu histórico a pressão sobre outros Poderes.

Procurado, o ex-presidente Lula não se manifestou.

(FELIPE SELIGMAN, GABRIELA GUERREIRO e ANDREZA MATAIS)

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