quinta-feira, 7 de junho de 2012

ABORTO: Contra e a favor


Proposta é uma tapeação, afirma médico da CNBB

DE BRASÍLIA
Dizer que uma política de redução de danos para o aborto diminui as mortes maternas é uma "tapeação", diz o padre Berardo Graz, médico italiano e coordenador da comissão em defesa da vida da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) em SP.

Folha - A proposta de redução de danos afronta a lei?
Padre Berardo Graz - Diretamente não, mas afronta o espírito da Constituição, que declara a vida inviolável. No Uruguai, o médico não receita o remédio abortivo, mas o médico descreve como funciona. Indiretamente, incentiva a pessoa a fazer o aborto.

Argumenta-se que isso reduz o risco de morte...
Essa política é uma tapeação, é errada. As mortes maternas não são a primeira preocupação do Ministério da Saúde. A cada ano morrem 400 mil mulheres, por morte materna não chegam a 2.000. Por abortos, se chega na casa de 150, 200 por ano. E esse número se reduziria se fizéssemos uma política de respeito ao feto.

E por que surge a proposta?
Faz parte da vontade do governo de legalizar o aborto. Infelizmente, o Brasil de Lula assinou um tratado com a ONU em que afirmam que eles legalizariam o aborto.

(JN)


Ideia reduz risco para mulheres, diz feminista

DE BRASÍLIA
A política de redução de danos não eleva o número de abortos, e diminui os abortos inseguros, afirma Telia Negrão, do conselho diretor da Rede Feminista de Saúde.

Folha - Como vê o plano?
Telia Negrão - É o direito ao acesso à informação. Ela não é provida hoje porque os médicos temem sofrer consequências legais. As mulheres passariam a receber todas as informações. Você não aumenta o número de abortos, você diminui os abortos inseguros.

E o acesso à medicação?
O problema é que, tanto no Brasil quanto no Uruguai, o misoprostol é vedado para venda na farmácia. Com isso, a mulher compra no mercado paralelo. No Brasil, não só é caro, como ele vem falsificado.

Como funcionaria no dia a dia essa política?
Quando a mulher decide fazer um aborto, é muito difícil ela ser demovida. Quando ela diz "eu vou fazer", o médico pergunta "como você pretende fazer isso?". Ela responde que vai comprar o Cytotec, mas não sabe a dosagem. E ele diz "espera, se você vai tomar o Cytotec, eu vou dizer como você vai tomar". Essa é uma questão humana, de direito à informação.

(JN)

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