quinta-feira, 14 de junho de 2012

Por ordem judicial, criança é separada da mãe na maternidade


Família diz que Vara de Araraquara não informou o motivo da decisão

Uma bebê recém-nascida foi separada da mãe na semana passada, ainda na maternidade, em Araraquara, interior de São Paulo. Segundo a família, a Vara da Infância e Juventude da cidade, alegando sigilo, não informou por que levou a menina, o que revoltou os parentes.

O caso não é exceção. A retirada de crianças por ordem judicial vem ocorrendo com frequência na capital paulista, como efeito indireto do crescente número de mães dependentes químicas que perdem a guarda dos filhos.

No caso de Araraquara, a mãe nega que tenha envolvimento com drogas. Segundo a avó paterna da recém-nascida, os pais se prepararam para receber a menina, com enxoval completo. Ela disse ainda que, caso necessário, aceitaria a guarda da neta.

A maternidade estadual Leonor Mendes de Barros, referência para a zona leste da capital, tem tido casos de ordem judicial, desde 2007, para levar crianças a abrigos.

De 3.000 bebês nascidos até maio deste ano na instituição, 34 foram retirados da família ainda na maternidade.

Depois que a criança vai para um abrigo, a guarda pode ser restituída aos pais, caso comprovem capacidade de criar o filho. Se isso não ocorre, o recém-nascido é encaminhado para a adoção.

Não há uma estatística no Tribunal de Justiça do Estado sobre o número de determinações judiciais para separar o bebê da mãe após o parto.

Para o juiz Antonio Carlos Malheiros, da Coordenadoria da Infância e Juventude do TJ, casos como esse são raros, mas acontecem.

"São muitas vezes filhos de mães envolvidas com álcool e drogas, que já perderam a guarda de filhos mais velhos, ou com a família desestruturada."

A intenção dessas decisões, afirma, é proteger bebês de situações de risco.


JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

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