quinta-feira, 14 de junho de 2012

Ação antibullying em SP tem projetos velhos


Campanha lançada pelo governo de SP inclui cartilha criada em 2010 e canal de rede social aberto em 2011

Coordenador do Sistema de Proteção Escolar no Estado diz que ações não começaram agora

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) lançou ontem uma campanha antibullying para alunos da rede com enfoque em projetos velhos.

Um deles é a distribuição para professores de uma cartilha do Conselho Nacional de Justiça, criada em 2010.

Outro aspecto foi visto com restrições porque pode incitar mais violência entre crianças e jovens, segundo avaliação de especialistas ouvidos pela Folha.

É o caso da ação "Chega de Bullying: Não Fique Calado", criada pela rede social Facebook em parceria com o canal de TV a cabo infantil Cartoon Network.

Lançada em novembro de 2011, a iniciativa ganhou a adesão do governo estadual, que a promoveu como uma novidade. Ela tem uma página na internet (facebook.com/chegdebullying), com informações.

Inspirada em ação dos Estados Unidos, a ideia é que escolas se cadastrem para discutir o tema e denunciar na internet casos de bullying. O Estado de São Paulo tem 4,3 milhões de alunos e 220 mil professores.

"Não se pode desenvolver um espaço de vingança onde aquele que expõe agora é exposto", diz Roseli Fischmann, professora da Faculdade de Educação da USP e coordenadora da pós-graduação em Educação da Metodista de SP.

"Isso pode ajudar a promover injustiças", avalia Lúcia Cavalcanti Williams, coordenadora do Laboratório de Análise e Prevenção da Violência da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).

Na opinião de ambas, a política do Estado seria mais eficaz se capacitasse docentes.

OUTRO LADO

Felippe Angeli, coordenador do Sistema de Proteção Escolar do Estado diz que o lançamento foi feito para anunciar as parcerias, já que as ações antibullying na rede "não começaram agora".

Ele afirma que metade das escolas da rede conta com um professor mediador -projeto iniciado em 2010-, que é preparado em um curso de 78 horas para lidar com o tema.

O Facebook diz que a ideia do grupo é que haja um mediador (pai, aluno ou professor) que conheça o tema e entre em contato com os envolvidos no bullying para conscientizá-los sobre o assunto.


TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO

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