sexta-feira, 16 de março de 2012

Energia nuclear: desnecessária e perigosa.

Os alemães vão acabar com as suas usinas, mas apoiam Angra 3; queremos fazer um plebiscito sobre o tema e levar autoridades para conhecer Chernobyl
Um ano após a tragédia em Fukushima, após 25 anos de Chernobyl e após 24 anos do Césio-137 em Goiânia, a humanidade deve se perguntar: os custos, o perigo e o resíduo gerados pela energia nuclear são justificáveis?
Não, sobretudo no Brasil, nação que dispõe de uma ampla gama de opções energéticas limpas, como a eólica, a solar, a maremotriz etc. A energia eólica, por exemplo, é extremamente subutilizada, representando menos de 1% da matriz energética nacional.
A busca pela construção de Angra 3 é a demonstração de que o governo brasileiro não está tão comprometido com a produção de energias renováveis mais seguras.
O projeto Angra 3 é um dos resquícios dos métodos utilizados pelos militares durante o programa nuclear brasileiro, visto que os custos de Angra 1 e 2 ainda são desconhecidos. Na usina em construção, sabe-se apenas o valor estimado, em torno de R$ 10,8 bilhões.
Também já é ponto pacífico na comunidade cientifica que a energia produzida nas usinas é imensamente mais cara que a de outras fontes, um prejuízo ao consumidor.
Ademais, os conhecidos problemas de Angra 1 e 2 não foram suficientes para demover o governo da busca nuclear. São eles: a falta de uma rota de fuga para a população; a inadequação aos padrões internacionais de segurança; as dificuldades e o risco no armazenamento do lixo nuclear; e a ameaça a todo o eixo Rio-São Paulo.
Muitas nações já vêm buscando dar um fim aos seus projetos nucleares, prevendo desmantelar as suas usinas nas próximas décadas.
A Alemanha se tornou célebre por anunciar essa decisão logo após Fukushima. Entretanto, contraditoriamente, o país financia e dá lastro para o desenvolvimento de usinas no exterior, como Angra 3.
Isso vem sendo feito por meio da garantia Hermes, uma espécie de seguro dado pela empresa de fomento Euler Hermes -e que talvez seja suspenso pelo parlamento alemão.
O Brasil possui apenas uma pequena parcela de toda sua matriz energética proveniente das duas usinas fluminenses. Uma guinada em direção a outras fontes não seria algo traumático.
Para levar a questão a todos os cidadãos, apresentei o projeto de decreto legislativo 225/2011, que estabelece um plebiscito concomitante com a próxima eleição, questionando aos brasileiros a conveniência do uso da energia nuclear.
O governo deseja a célere rejeição do projeto, de tal forma que o relator do projeto na Comissão de Meio Ambiente manifestou que cabe apenas aos congressistas decidirem sobre questões nucleares e que a manifestação popular não é cabível. Uma interpretação equivocada e claramente adversa aos ideais democráticos.
Por fim, uma comitiva vem sendo organizada para levar autoridades a Chernobyl neste ano. É uma oportunidade de dar mais luz ao perigo a que estamos expostos.
Ricardo Izar

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